domingo, 17 de julho de 2011

O erro de Obama

Quando assumiu a presidência, Obama pegou os EUA no auge da crise econômica. Era de se esperar que dessa prioridade absoluta a recuperação econômica. Porém, bastou sair o primeiro indicador positivo para alterar suas prioridades.
A reforma da saúde virou o objetivo principal. É verdade que ela poderia até reduzir o déficit orçamentário no futuro, mas demandou um enorme esforço da administração, enquanto a economia continuava cambaleante. Sem recuperação, as expectativas de recuperação da arrecadação de impostos se frustraram e o déficit orçamentário cresceu.
Para piorar, Obama não cumpriu de imediato uma de suas promessas de campanha: a retirada de tropas do Iraque e Afeganistão. Pelo contrário, para dar o golpe final elevou o número de soldados no Afeganistão e, conseqüentemente, os custos. Os recursos que poderiam ser injetados na economia foram para a área militar. Novamente, gastos crescentes e arrecadação insuficiente.
Agora os EUA estão a ponto de dar um histórico calote na dívida. O efeito imediato seria a dificuldade para captar recursos, com a conseqüente elevação dos juros e custos a serem pagos, o que levaria a um círculo vicioso. Para evitar a catástrofe, Obama, como todo bom democrata, apresenta como solução o aumento de impostos. E para conquistar o apoio popular, diz que o aumento vai atingir os ricos.
Os republicanos, corretamente, não estão aceitando a proposta de Obama, pois sabem que hoje são os ricos, mas amanhã serão os pobres. O déficit norte-americano não vai se resolver com o simples aumento de impostos. A solução seria a recuperação da economia, que no governo Obama ficou em segundo plano. Cortar gastos sociais pode parecer cruel, mas evitaria algo pior que seria a elevação dos custos para quem produz e o conseqüente desestímulo ao investimento.
A imprensa brasileira compra o demagogismo de Obama e acredita em suas falácias, vendendo a imagem dos republicanos como camaradas dos magnatas. De fato, os republicanos não são santos, até porque foi Bush quem provocou a volta do déficit aos EUA. Mas no momento atual, a posição dos republicanos é a mais correta.